quarta-feira, 30 de outubro de 2013

EM UBERLANDIA: Produção agrícola na cidade cresce 19% de 2011 para 2012, segundo IBGE

A demanda do mercado internacional e o clima favorável ajudaram a puxar a produção agrícola total de Uberlândia no ano passado. Dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2012, divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelam que a colheita na cidade aumentou em 19% entre 2011 e 2012, subindo de 374.765 toneladas de diversas culturas (como algodão, banana e grãos) produzidas há dois anos, para 446.513 toneladas colhidas há um ano.


Produção agrícola na cidade cresce 19% de 2011 para 2012
Thiago Fonseca aponta fatores que influenciaram o aumento (Foto: Cleiton Borges 13/3/2013)
Também contribuiu para o acréscimo na produção total, segundo o estudo, o bom resultado obtido no plantio de soja, milho e sorgo na cidade, destaques do agronegócio local. Dentre estes e todas as outras culturas existentes, ainda de acordo com a pesquisa, o milho teve a maior participação, saindo de 135 mil toneladas, em 2011, para 184.290 toneladas em 2012.
Para representantes do Sindicato Rural de Uberlândia e de outras entidades do setor, como o Clube Amigos da Terra (CAT) local, a elevação da produção não está relacionada ao aumento de área plantada na cidade e foi ocasionada principalmente pela preferência dos produtores em plantarem mais o milho, que rende mais quilos por hectare plantado, em detrimento da soja. “Havia a expectativa de quebra da safra dos Estados Unidos. Isso fez com que os produtores apostassem no aumento da demanda e, consequentemente, plantassem mais milho”, afirmou o presidente do sindicato, Thiago Soares Fonseca.
Em relação às culturas encontradas no município, que são cerca de 20, ao menos, o consultor de agronegócios Anderson Galvão afirma que a expansão geral pode ser atribuída a uma combinação entre clima favorável, impactos amenizados de pragas e o uso de tecnologias adequadas na época da produção para a safra de 2012. “Além disso, Uberlândia e o Triângulo Mineiro são imunes à queda de preço também por estarem comprometidos com o mercado interno”, afirmou.


Plantio de soja deve retomar espaço

A perspectiva para envolvidos no setor agrícola é que, neste ano, o plantio de soja volte a ganhar espaço em relação ao milho, atingindo bons patamares. Apesar disso, ainda não é possível fazer previsões se esta cultura afetará positivamente o desempenho de produção agrícola total. Isso porque, conforme o presidente do Clube Amigos da Terra (CAT) em Uberlândia, André Machado, já houve atraso no plantio de grãos por causa da seca recente e isso pode prejudicar a colheita no futuro.
Fora isso, afirma Machado, ainda há a questão das informações imprecisas sobre a safra dos Estados Unidos cuja colheita ainda está sendo realizada. “Estoques mundiais estão baixos, mas ainda não sabemos qual será a demanda e se isso refletirá aqui. Teremos uma visão melhor do cenário no fim de novembro”, disse.
Mesmo diante à incerteza, para o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Thiago Soares Fonseca, a produção das culturas na cidade devem continuar atingindo recorde ano a ano com práticas agrícolas cada vez mais seguras. “A tendência é que sempre haja aumento de ao menos 10%”, afirmou.


Tecnologia eleva números da colheita

Produção agrícola na cidade cresce 19% de 2011 para 2012
Claudionor Moraes conseguiu colher 4 sacas a mais 
em 2012 (Foto: Cleiton Borges 12/3/2013)
A combinação entre tecnologia, clima favorável e controle de pragas levou a produção agrícola, principalmente dos grãos, a alcançar um pico de produção em 2012 em Uberlândia. Situação que é confirmada pelos produtores do município, mesmo aqueles que controlaram o plantio de acordo com o planejado na época.
É o caso do produtor de soja Claudionor Nunes Moraes. Segundo ele, mantendo toda a programação há um ano, conseguiu colher 57 sacas por causa desses fatores, quatro a mais do que está acostumado. “Foi um ano muito produtivo. Em 2013, já tenho a expectativa de colher somente 53 sacas novamente. De qualquer forma, os últimos anos têm sido os melhores estatisticamente”, disse.


Quedas no preço do café prejudicam crescimento de cultivo do grão em Minas

Em Minas Gerais, o café, uma das principais commodities do Estado, teve seu crescimento no ano passado prejudicado pelas sucessivas quedas no preço do produto, conforme a pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi um dos motivos para que o percentual do valor da produção agrícola de Minas avançasse em um ritmo menor que o verificado em âmbito nacional. O indicador revelou que o aumento no Estado, de 2011 para 2012, fosse de 2,4%, saindo em valores de R$ 24,7 bilhões para R$ 25,39 bilhões. Enquanto, no país, o acréscimo foi de 4,3%.
Com esse cenário, o Estado perdeu a segunda posição no ranking do país para o Mato Grosso que apresentou produção em valores de R$ 26 bilhões. A primeira colocação ficou com São Paulo, com R$ 36,4 bilhões. No Brasil, o valor foi de R$ 204 bilhões.


Liderança no café

Apesar do ritmo menor na produção de café em Minas Gerais, o município de Patrocínio subiu três posições e assumiu a liderança no ranking de produtores do grão, com uma expansão de 106,1%, tanto na espécie arábica quanto na robusta. Em 2012, a safra de café atingiu 64,789 mil toneladas na cidade (2,1% do total nacional).